Cap.XVI- Fluindo Naturalmente

Durante dias, fiquei presa em casa! Limitava-me a ir a escola e depois voltar a casa, sem qualquer desvio! A minha rotina tinhasse tornado aborrecida, chata!
Não sei bem porque, mas o Gabriel aproximou-se muito de mim, era mesmo capaz de arriscar a dizer que ele se tornou como um "anjo" que me veio salvar! 
Passamos os dias juntos, basicamente! De vez em quando vamos a restaurantes comer comida "chique" e noutras vamos a churrasqueiras comer frango com as mãos! Tornamo-nos muito cúmplices, percebes? É uma ligação estranha, nunca a senti com ninguém, nem mesmo com o Ângelo! É esquisito, sim, mas também não vou tentar compreender!
Daqui a pouco ele aparece aí em casa, vamos dar um passeio ate ao parque!

(Tocou a campainha, pego na casaca e desço as escadas. Abro a porta)

Eu - Ola! 
Ele - Estás deslumbrante!
Eu - Obrigada! Bem, vamos?

Passamos o caminho todo a rir e a conversa fluía naturalmente!

Ele- Queres um gelado?
Eu - O que? Agora?
Ele - Sim
Eu- Mas estamos no Inverno!
Ele - E depois? Queres de chocolate, baunilha ou morango?
Eu- Baunilha!
Ele- Esta bem, volto já!

Por segundos fiquei sozinha no parque! Pela minha frente passavam vários casais, e eu reflectia como era bonito haver uma pessoa que nos fazia tão feliz simplesmente pelo facto de existir! Incrivelmente, o Gabriel veio-me ao pensamento! Imaginei-me com ele, de mãos dadas, mas rapidamente afastei esse pensamento, voltando a realidade!

Ele- Aqui tens!
Eu - Obrigada

E a conversa continuou, fluindo como se nos conhece-mos á meses:

Ele - Espera, tens aqui no canto da boca um bocado de gelado!


(Ele aproximou a sua cara da minha, e ficamos os dois a olhar um para o outro. Ele aproximou-se... aproximou-se e...)

Ele -
Desculpa, eu não devia... 
Eu- Porque te afastas-te?

(Ele sorriu e deu-me um beijo! Foi uma sensação esquisita, mas boa, só que foi também curta porque rapidamente ele afastou a cara)

Ele- Eu não posso!

(Baixei a cabeça, completamente envergonhada! Estaria ele a dizer aquilo porque não gostou do meu beijo?)

Ele - O Ângelo é meu melhor amigo! Não lhe posso fazer tal coisa!
Eu- Eu sei...
Ficou um ambiente estranho a partir dali! Ele levou-me a casa e só a porta é que voltamos a conversar:
Ele - Bem, parece que chegamos!
Eu- Sim, parece que sim!
Ele- Desculpa, pelo que se passou hoje, a serio!
Eu- Para de pedir desculpas como se tivéssemos feito algo de errado!
Ele-  Não achas que aquilo  foi um erro?
Eu- Não!

( Fez-se silencio)

Ele baixou a cabeça e foi embora, eu fechei a porta com força! Estava irritada e as lágrimas vieram-me aos olhos! Não era suposto tal coisa acontecer! Zanguei-me comigo mesma! 
Não devias ter feito aquilo, não devias, não devias!



Sem comentários:

Enviar um comentário